É Isso
True Diablair
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 02/02/17 11:00
Editado: 02/02/17 12:54
Avaliação: 9.7
Tempo de Leitura: 37seg a 50seg
Apreciadores: 10
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Palavras: 100
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Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Referências/homenagem ao poema "Solidão", do Sr Pedro de Andrade, à um memorável discurso de um protagonista de "Kaiji" e à inesquecivelmente bela e sábia reflexão do lendário Carl Sagan acerca da famosa foto "Um Pálido Ponto Azul", retirada pela sonda espacial Voyager 1 (sugiro fortemente a leitura dela na intrega. É simplesmente esclarecedor e devastador demais...)

Capítulo Único É Isso

Mais de sete bilhões de solidões coexistindo dentro de um único pálido ponto azul em meio a densas e inóspitas trevas silenciosas, que vaga em uma trajetória cíclica como um grão esquecido de poeira cósmica na infinitude do Universo.

Esta é a medida da grandiosidade dos seres humanos, que quanto mais buscam se conectar, mais parecem se distanciar de si mesmos. Que quanto mais almejam e acumulam conhecimento, mais insanos parecem se tornar. Que quanto mais celebram, embelezam e enaltecem a própria existência, mais falsa, vazia e sem sentido a tornam.

É isso o que tem... E o que são.

❖❖❖
Notas de Rodapé

...

Apreciadores (10)
Comentários (7)
Comentário Favorito
Postado 26/09/20 00:09

"Mais de sete bilhões de solidões coexistindo dentro de um único pálido ponto azul..."

Como é dolorida e melancólica e ainda assim tão importante essa percepção, SOMOS O PLANETA SOLIDÃO...

A despeito de toda tecnologia que deveria nos tornar mais próximos uns dos outros, dia a dia se percebe um triste e terrível distanciamento!

Todavia mais lamentável é o fato de que esse mesmo distanciamento dos outros se estende a si mesmo!

Não conhecemos os outros e muito menos a nós mesmos... A única coisa que se parece conhecer são as exigências estapafúrdias de uma sociedade louca que corre loucamente atrás de bens e poses desprovidas de valor e significado...

Contemplar a imensidão do universo, perceber toda essa vastidão e o milagre da existência deveria nos tornar mais humildes e mais dispostos ao bem comum, entretanto, as massas alienadas desconectadas de tudo e de todos não ouvem o canto da natureza, e caminham cegas rumo a auto-destruição e ao caos...

Desculpe os passeios pelo tema...

Seu texto é maravilhoso e as reflexões por ele elencadas se fazem cada vez mais necessárias e urgentes.

Obrigada por compartilhar conosco!

Postado 26/09/20 10:17

Srta Monise... A grandiosidade, primazia e intensidade de seu comentário simplesmente me emudeceram... Não me julgo apto a responder tão belo e preciso comentário à altura. Absolutamente extraordinário e inestimável feedback, tal qual a autora do mesmo!

Muitíssimo obrigado, de todo o meu solitário e pesaroso (porém agora por sua honraria agraciado) coração! Gratíssimo, gratíssimo!

Postado 02/02/17 14:30

we chase misprinted lies. i like beautiful 'melodies' telling me terrible things. mas vou te contar, leia Cannabis e Carl Sagan.

Postado 02/02/17 17:15

Muito obrigado... De coração, muito obrigado...

Postado 06/02/17 00:31

Imaginei que tivesse algo relacionado àquela foto espetacular e tão impactante.

Gostei, muito.

Postado 06/02/17 23:23

Então maior recompensa não poderia haver para mim, Srta Júlia...

Muito obrigado, de coração.

Postado 07/02/17 16:30

Olá

7 bilhões. É coisa pra caralho.

Ave, solidão. Ave, a morte. Ave, a distância.

Que nos engulam, as trevas.

Pois de trevas, já não são feitas as escolhas.

Obrigado

Postado 08/02/17 18:14

Faço minhas as suas palavras, bom senhor... Faço minhas as suas palavras.

Eu quem efusivamente agradeço.

Postado 12/02/17 13:51

Moço, acho que você ainda deve lembrar o que eu pensei quando li esse texto, né? Pois é, continuo com aquele pensamento... É isso... É bem isso... É sempre isso.

Muito bom!

Postado 12/02/17 17:52

Lembro de praticamente de tudo que lhe/nos envolva, moça... E é muito gratificante saber que temos algo em comum quando o assunto pende para este tipo de coisa...

Muito obrigado...

Postado 12/02/17 18:53

Memória de elefante

Postado 12/02/17 18:55

Só a memória...?

Postado 12/02/17 18:56

kkkkkkkkkkkkk Sabia que falaria algo assim...

Postado 12/02/17 18:57

*3*

Postado 14/02/17 16:10

Somos apenas um segundo, que rola, nos ouvidos, é, pois é, a gente é só isso. Mas quantas coisas cabem dentro de um segundo? Quantas coisas ínfimas cabem dentro de um milésimo? E se formos apenas um terço disso? AAAA VAMO PARAR DE NIILISMO QUE EU TÔ FICANDO LOUCA, JÁ! <3

Postado 13/05/17 23:24

Satan... Mil perdões pela demora em responder este comentário tão eu...

Apesar que graças a isso posso dizer com propriedade que, independente do quão curto formos, a senhorita é grandiosa por natureza...

Gratíssimo! Gratíssimo!

Postado 03/10/20 14:15

Meu querido Diab...

Esse texto me pegou de tal jeito que... que não sei.

Senti uma tristeza tão estranha, apesar de tão familiar, me invadindo e gritando em mim, como se para me ensurdecer e então eu não poder ouvir mais nada depois.

"Mais de sete bilhões de solidões coexistindo dentro de um único pálido ponto azul em meio a densas e inóspitas trevas silenciosas, que vaga em uma trajetória cíclica como um grão esquecido de poeira cósmica na infinitude do Universo." - quero escrever isso no teto do meu quarto, para sempre ler quando eu estiver deitada em posição fúnebre em minha cama...

Realmente, a triste me asolou agora, como se o peso de todas as solidões tivessem sido transportadas para cima de mim.

O que é um enorme e magnífico feito de sua maravilhosa obra!! Amei essa reflexão sobre sermos um nada nessa vastidão do universo!!

Pois é isso mesmo que somos, não passamos de partículas de sujeira em meio a toda essa imensidão!!

Parabéns por ter escrito algo tão incrível e dessa magnitude!!

Um grande abraço, de uma criatura que gostaria que pudessemos compartilhar nossas solidões... <3

Meiling <3

Postado 04/10/20 21:03

Minha querida Mei... Eu sei exatamente o que você sentiu. É o que eu sinto quando estou a sós comigo mesmo.

No silêncio e no escuro.

Mas, eu posso dizer com sinceridade: você faz com que eu não me sinta assim. E tenho certeza que quando o momento certo chegar, compartilharemos tudo, menos solidão. Pois isso inexistirá quando você e eu formos nós...

Muitíssimo obrigado por existir e me permitir ser um pálido pontinho maligno na imensidão radiante e instigante que te compõe! Gratíssimo!