Amor Sem Preconceito (Em Andamento)
Levine
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 12/03/16 23:47
Editado: 12/03/16 23:48
Gênero(s): Drama LGBT Romântico
Qtd. de Capítulos: 1
Cap. Postado: 12/03/16 23:47
Cap. Editado: 12/03/16 23:48
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 17min a 23min
Apreciadores: 1
Comentários: 1
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Palavras: 2832
Não recomendado para menores de dezoito anos
Amor Sem Preconceito
Notas de Cabeçalho

Alguns avisos para você que veio aqui ler:

x A história é ambientada no passado, se passa na década de 70/80!

x Realmente é história lésbica :')

x Lauren Jones tem sua fisionomia inspirada na Jennifer Lawrence, e Katherine Cooper na Melissa Benoist.Boa leitura xx

Capítulo 1 Do Princípio

A vida começou a judiar de mim ainda bebê, já que fui deixada em um orfanato pela vadia da minha mãe biológica ainda recém-nascida, fiquei os três primeiros meses de idade lá, abandonada, sendo cuidada por freiras, até que um dia – talvez o melhor dia da minha vida – um casal de engenheiros que já tinham um filho, mas por algum motivo não podiam ter mais, resolveram me adotar. Mark e Susan Jones, esses eram seus nomes, eles deveriam ser chamados de anjos, porque era isso o que eram, faziam o possível e o impossível para me verem feliz e bem, e meu irmão Peter? Ah esse era maravilhoso comigo, vivíamos grudados, na verdade nós quatro éramos muito unidos, era a família perfeita que causava inveja em qualquer um. Mas esse mar de rosas durou pouco.

Em um domingo chuvoso meus pais voltavam de uma confraternização com amigos, quando por algum motivo, Mark perdeu o controle da direção e bateu o carro em cheio em uma árvore, ele morreu na hora, mas mamãe ainda ficou sofrendo em uma cama na UTI, até sua hora chegar.

Quando eles se foram eu tinha apenas dez anos e Peter dezesseis, nossa família era pequena, e a maioria dos poucos parentes haviam se afastado depois que Mark e Susan me adotaram – na época ainda tinha muito preconceito sobre adotar crianças –, apenas uma tia aceitou ficar conosco, a tia Shirley, uma carola que nunca se casara, e morava sozinha em uma cidade quase que minúscula no interior do estado da Califórnia, como não tinha opção com dois dias da morte de nossos pais embarcamos para lá.

Tia Shirley, era uma mulher alta dos cabelos castanhos sempre amarados em um coque, não dava para saber se era magra ou gorda, pois se escondia por detrás de saias compridas e blusas de mangas, ela era fechada, as únicas pessoas que viam seu sorriso eram os clientes de sua confeitaria, e ainda era um sorriso forçado. Sua casa que ficava em cima de sua loja, era repleta por imagens de santos, e de mais um monte de quinquilharia, a primeira impressão que tive ao entrar ali era que estava em um museu, só que algo me disse que a ida nesse museu não seria muito legal.

— Crianças esse será o quarto de vocês. — Disse Shirley quando chegamos ao quarto que Peter e eu dormiríamos. — Sei que tinham quartos separados, mas espero que se contentem, é o que terão por um bom tempo. — Continuou com um tom ríspido em sua voz.

— Tia esse quarto esta ótimo para Lauren e eu. — Falou Peter, esboçando um sorriso enquanto arrumava uma mecha de seu cabelo ondulado atrás da orelha.

— Hum. — Analisou Shirley, enquanto pegava o cabelo de Peter, que era longo. — Rapaz com cabelo comprido, isso não é de Deus! — Olhou para cima e fez o sinal da cruz. — Amanhã assim que raiar o sol, irá ao barbeiro cortar seu cabelo.

— Mas tia, eu gosto do meu cabelo assim.

— Sem mas, você vai cortar esse cabelo sim senhor, e não se fala mais disso. — O tom de autoridade em sua voz era explicito, minha vontade era de chutar sua canela, nunca gostei que falassem assim com meu irmão.

— Sim senhora. — Sussurrou Peter de cabeça baixa.

— Agora vão tomar banho, e logo após desçam para jantarmos. – Ordenou e seguiu para a cozinha, enquanto nós tratávamos de desfazer nossas malas.

— Não gosto dela Peter. — Choraminguei quando vi que tia Shirley já estava bem longe. — Quero nossos pais. — Sentei-me na cama e agarrei minha boneca de pano.

— Também não gosto dela Lauren, mas ficar aqui é nossa única alternativa. — Peter tentava me consolar em um abraço.

— Por que não podemos ficar na casa que era nossa? Você cuidaria de mim melhor que ela.

— Mas nós vamos ficar lá, só espera eu fazer dezoito anos, que voltaremos para lá.

— Promete? — Indaguei olhando para os olhos castanhos de Peter.

— Prometo Lauren.

Os dias foram se passando, e logo após as semanas, os meses, e quando dei por mim um ano já havia se passado. Na escola eu não tinha muitos amigos, todos diziam que eu era a sobrinha da carola louca, como a cidade era pequena, as pessoas sabiam que ela era meio sistemática da vida. Falando nela, tia Shirley parecia não gostar de nós, ou se gostava não demonstrava, sempre brigava conosco, e nos proibia de várias coisas.

Peter havia começado a trabalhar em um mercadinho, e eu quase não o via mais, a não ser na escola de relance nos intervalos, ele estava juntando dinheiro para podermos voltar para nossa cidade, e como ele dizia “poder escapar da malvada bruxa Shirley”.

— LAUREN! — O grito dela estrondou pela casa. — Não sabe se portar como uma menina? — Me puxou pela orelha após me ver jogando bola na sala de casa.

— Me desculpa. — Falei. — É que está chovendo lá fora, e Peter foi trabalhar, não tenho com quem brincar, nem nada para fazer. — Continuei enquanto fitava o chão.

— Nada para fazer? Não seja por isso, lave todas as formas que usei, pois logo tenho mais encomendas para fazer! — Ordenou, e eu como conhecia a fera obedeci de imediato, não queria mais encrenca. — Ah e depois que lavar a louça, limpe toda a casa. — Completou. — Irei para a loja, e quando voltar quero tudo um brinco.

Louça lavada, casa limpa, foi isso que tia Shirley encontrou, assim que voltou da loja, nunca havia limpado nada em minha vida, mas eu passava o dia observando a empregada que tínhamos quando nossos pais eram vivos, e acabei aprendendo a fazer as coisas, e também mamãe sempre dizia que tínhamos que estar preparados para tudo na vida.

— Muito bem Lauren. — Elogiou Shirley ao voltar. — Quando ficar maiorzinha poderá trabalhar limpando casas, é um bom serviço.

— Quem vai trabalhar limpando casas? — Perguntou Peter que acabara de chegar.

— Sua irmã é claro.

— Não que esse não seja um emprego digno, mas minha irmã tem como e pode ter uma profissão melhor, nossos pais deixaram uma boa herança para isso.

— Ainda bem que tocou no assunto, é sobre isso que eu queria falar. — Ela sentou-se no sofá mais próximo, pela sua cara sabia que algo ela tinha feito, e não era nada que ia beneficiar meu irmão e a mim. — A igreja da cidade estava precisando de uma reforma, então como sou tutora de seus bens, resolvi dar tudo para o padre reformar lá.

— Esse dinheiro era nosso, você não tinha esse direito. — Pela voz de Peter senti o quão furioso ele estava, até eu que não entendo muito disso, sabia que essa atitude de Tia Shirley foi maluca.

— Veja bem como fala comigo, trate de me respeitar. — Ameaçou. — Fiz um favor para vocês, provavelmente quando você fosse maior iria torrar esse dinheiro com bobagens alheias por ai.

– Pra mim já chega, faz um ano que estamos aqui, e a senhora nunca fez questão de nos tratar bem, nunca! – Disse e logo saiu para o quarto, e eu o segui.

— Peter. — O chamei quando estávamos no quarto.

— Feche a porta Lauren. — Pediu enquanto tirava suas malas de cima do guarda-roupa.

— O que você vai fazer com essas malas?

— Venha cá. — Sussurrou. — Lauren você confia em mim?

— Confio. — Respondi meio tremula, pois não sabia o porquê daquele assunto “confiança”.

— Eu não posso mais ficar aqui. — Seu olhar se entristeceu por um momento, como no velório de nossos pais. — Voltarei para Los Angeles minha irmã.

— E eu também vou junto né? — Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, e nesse mesmo momento Peter me abraçou.

— Me desculpa. — Falou enquanto tentava segurar o choro. — Não posso te levar, não agora.

— Por que não Peter? Eu juro que vou me comportar. — Naquele momento eu estava sem chão, meu irmão, a única pessoa que me fazia sentir segurança iria partir, e me deixaria.

— Tenho que primeiro ajeitar tudo Lauren, irei para lá só com algumas economias que guardei, não daria para manter nós dois. — Desfez o abraço e se ajoelhou em minha frente. — Prometo que quando tudo estiver estável, volto para te pegar. — Passava a mão pelo meu rosto tentando conter as lágrimas.

— Você vai telefonar e mandar carta? — Indaguei em meio a soluços.

— Vou sim. — Me abraçou mais forte do que nunca. — Estou fazendo isso por nós, não podemos viver para sempre aqui, com essa maluca.

— Eu sei disso. — Forcei um sorriso de canto de boca. — E quando você vai?

— Amanhã, pegarei o primeiro trem...

Apesar de ser um dia de despedida, o dia era lindo, o sol brilhava, como se sorrisse para nós, as nuvens refletiam imagens divertidas, era como se algo quisesse me entreter para eu não pensar muito na ida de Peter.

— Tenho que ir. — Disse Peter em meio um demorado abraço.

— Ainda acho que eu deveria ir com você até a estação de trem. — Reclamei por ele não ter me deixado o ver embarcar.

— Não, assim está bom. — Sorriu. — Te amo Lauren. — Deu um beijo em minha testa.

— Também te amo. — Forcei um pequeno sorriso.

— Quando você menos esperar volto para te buscar. Até mais maninha.

Fiquei parada na calçada observando Peter ir, lágrimas escorriam pelo meu rosto e um desespero tomava conta de mim, estava com medo de nunca mais vê-lo, e ter de ficar naquele lugar sozinha.

— Lauren. — Uma voz conhecida me chamou, virei-me e era tia Shirley, estava na porta de sua confeitaria com um pano em mãos.

— Sim tia. — Quando Peter dera a noticia de que iria embora, ela apenas disse que uma vez fora de casa, não poderia voltar, não o desejou nem boa e nem má sorte.

— Pare de choradeira, pegue esse pano e vá tirar o pó dos móveis. Anda. — Ordenou, e assim fiz. [...]

E dois anos se passaram desde que Peter voltou para Los Angeles, nesse tempo ele me telefonava todos os dias, e também sempre me escrevia, mandava fotografias dele, e eu não via a hora de ir embora com meu irmão, mas como ele disse no momento ainda não dava, porque ele estava resolvendo algumas coisas em relação à casa que era de nossos pais, segundo ele, coisas de adulto.

Nesse tempo quem vivia enchendo minha paciência era tia Shirley, dizendo que Peter não voltaria jamais, e que ele me esqueceu, eu ignorava a maioria das coisas que ela dizia, mas às vezes eu batia de frente com, e era nessas horas que a titia me colocava em um canto da casa de ajoelhada em cima de um monte milhos e lendo a bíblia.

Mas se em casa as coisas eram ruins, na escola até que estava indo tudo bem, principalmente agora que há alguns meses fiz uma amiga na aula de história, seu nome é Bethany Smith, mas ela gosta que a chamem de Beth, ela é super extrovertida e parece não ter vergonha de nada (apesar de que ás vezes sinto que ela carrega uma tristeza enorme), nos damos muito bem, e eu amo passar o tempo junto dela, de alguma forma ela me faz bem.

— Jones. — Beth me chamou, esse era o jeito que ela me chamava desde a primeira vez que nos falamos, segundo ela é mais original. — Passa o fim de semana lá em casa? — Perguntou enquanto sentava ao meu lado no gramado da escola.

— Não sei se minha tia vai deixar Beth. — Respondi enquanto olhava para minhas unhas ruídas.

— Eu vou pedir para ela. — Sorriu. — Vou ficar só em casa, falei para os meus pais que ficaria em sua casa esse fim de semana, então você precisa muito dormir lá.

— E o que você vai dizer para a minha tia? — Indaguei curiosa pela mentira que ela iria contar para Shirley, já que a ultima vez que dormi na casa dela, Beth inventou que sua avó estava doente e que precisava de mim para ajuda-la a orar.

— Não sei, durante a aula bolo um plano. — Beth deu de ombros.

— Sem mentiras absurdas dona Bethany. — Cerei os olhos e falei em tom de autoridade.

— Entendido. — Concordou também de olhos cerrados, mas com um sorriso enorme voltado para mim.

Como era de se esperar o tempo na escola passou voando, e logo Bethany e eu estávamos indo em direção à confeitaria falar com minha tia Shirley...

— Olá dona Shirley. — Cumprimentou Beth ao chegar à loja de minha tia.

— Olá Bethany. — Respondeu Shirley sem muito entusiasmo, fazendo Ivy morder o lábio em desaprovação por a chamarem pelo seu nome e não pelo apelido.

— Amanhã depois da aula Lauren pode ir para casa e passar o fim de semana? Meus pais trouxeram umas fitas sobre o ensino religioso para jovens da viagem que eles fizeram, e eu queria estudar isso junto com Lauren, seria bom para ela. — Beth sempre me surpreendia com suas mentiras, e o mais interessante era a firmeza com que ela dizia tudo.

— Se seus pais são tão religiosos, por que nunca os vi na igreja? – A bruxa Shirley parecia estar desconfiando de algo, era verdade que os pais da Beth eram religiosos, mas não eram católicos e sim evangélicos, fato que omiti da minha tia, já que ela acredita fielmente que o catolicismo deveria ser a única religião existente.

— É que eles andam trabalhando muito, essas coisas de importação, exportação, toma todo o tempo deles. — Rebateu Beth.

– Hum.

— Eu posso ir? — Indaguei empolgada.

— Se arrumar toda a casa, lavar as roupas, se deixar tudo impecável, eu deixo. — Era fato que ela não daria ponto sem nó, mas para poder passar um final de semana longe dela, eu faria qualquer coisa.

— Pode deixar tia. — Concordei com um enorme sorriso no rosto.

[...]

Já era noite de sexta-feira, e desde que Beth e eu pisamos os pés na casa dela não deixamos de rir um segundo sequer, até o jeito que as folhas balançavam nas árvores era motivo para rirmos, talvez o real motivo da minha alegria fosse a companhia de Beth...

Eu não sabia explicar, mas sentia algo muito especial por Bethany, era como se todo o mundo ao nosso redor parasse quando estávamos junto, eu sentia como se tudo ganhasse mais cor.

— Uh que legal, comendo só besteiras um final de semana todo. — Falava Beth enquanto jogava pipocas em meu cabelo.

—Só não posso engordar. — Fiz cara de preocupada. — Tenho teste para as líderes de torcida semana que vem.

— Por que vai fazer esse teste?

— Vou fazer por que... — Procurei palavras para responder, mas na verdade eu não sabia o porquê, talvez eu quisesse apenas me enturmar mais, já que minha única amiga em toda escola era Beth.

— Acho que você quer se enturmar. — Disse Beth, era incrível o modo como ela sempre adivinhava o que eu pensava.

— Olha Jones, você é linda, e apesar de loira é inteligente. — Ela dizia me olhando de uma forma diferente, e confesso, eu gostei desse olhar. — Então você não precisa disso.

— Ah não sei Beth, é que ando numa confusão só. — Confessei fitando os olhos cor de mel de Bethany.

— Quer conversar sobre essa confusão?

— Não, pelo menos não agora. — Forcei um sorriso, mas minha vontade era contar sobre os sentimentos estranhos que eu sentia por ela.

— Bom, então vamos ver uns filmes, porque sei que é só aqui em casa que você vê filme. — Sempre amei ver filmes, mas depois que vim morar com minha tia nunca mais assisti, a bruxa dizia que obras de Hollywood eram coisas repletas de profanação, e ofensas à família, então nada de filmes na casa dela. — Vamos assistir Os Homens Preferem as Loiras.

— Preferem mesmo?

— Não sei, não sou loira. — Brincou apontando para seu cabelo que estava tingindo de preto que escondia sua cor natural, que era loiro. — Me diz você.

— Não sei também. — Falei rindo. — Já te falei que quando era pequena eu sonhava em ser atriz?

— Nunca, na escola tem aula de teatro, porque não se inscreve?

— Tia Shirley não ia deixar. — Com toda certeza ela não deixaria, vejo tantas pessoas que são da igreja e não agem que nem minha tia, queria saber por que só ela tem que ser assim.

— E quem disse que ela precisa saber? — Beth estava com aquele olhar, que era o de quem quer fazer alguma travessura. – Nos inscrevemos nas aulas de teatro, porque é lógico que as farei junto, e ai você fala para sua tia que se inscreveu no clube de matemática, xadrez, sei lá, inventa algo. — Eu fiquei quieta por um minuto, para absorver a ideia que Beth havia me dado, não era do meu feitio inventar coisas assim, essa natureza rebelde era coisa da minha querida amiga, mas uma vez ou outra inventar uma pequena história por algo que vale a pena não faz mal.

— Farei isso Beth, afinal eu ia fazer teste para ser líder de torcida, e se caso passasse teria que inventar alguma história, mas agora irei mentir por algo que gosto.

— Ai meu Deus. — Beth deu um grito histérico e me abraçou. — Minha menina cresceu.

— Para de bobagem. — Ri a tirando de cima de mim. — Vai, chega de falação e vamos ver o filme.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Espero que tenham gostado, por hora é só.Obrigada por lerem, e até o próximo!

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 29/07/16 12:50

AAAAAAAHHHHHHH PAROU BEM NA HORA QUE TAVA FICANDO SUPER INTERESSANTE POXA

Queria muito ler a continuação...

Essa tia nojenta, pqp, que raiva dela '-'

Eu adorei a história, pena que acho que nunca verei a continuação...

Mas se algum dia você ver meu comentário, entrar aqui no site de novo

Por favor, continua!!!!