"Pelo Altíssimo, eu devo estar completamente louco", sentenciou o jovial e um tanto gracioso padre Abel para si mesmo enquanto permanecia imóvel diante da porta aberta de sua casa, que ficava relativamente isolada das demais residências do vilarejo. O motivo de tal assombro? Naquela madrugada tempestuosa, alguém bateu em sua porta e, crente que era alguém precisando de ajuda, ao verificar se viu perante o que só poderia ser descrito como uma exuberante estátua branca de um anjo. E o pior que ela... Ela se movia e piscava os olhos ao lhe encarar de volta com um olhar e sorriso encantadores!
Perigosamente encantadores...
- Q-Quem...? - a pergunta ficou incompleta na medida em que a respiração de Abel cessou por um instante quando seu olhar incrédulo pousou mais atentamente sobre o ser diante dele.
A criatura era humanóide, masculina, da mesma estatura que o padre e tinha uma fisionomia belíssima, com traços faciais suaves e ao mesmo tempo imponentes. Suas íris eram brancas com alguns traços dourados que brilhavam de leve, como chamas de uma vela. O cabelo era liso, curto e levemente desgrenhado, tão alvo quanto o restante de seu corpo nu, cujo porte atlético era invejável, embora devido à cor e aspecto mais parecesse ser feito de marfim, intocado pela tempestade. Todavia, o detalhe mais impressionante era o grande e volumoso par de asas que brotava de suas costas e se alongavam até as extremidades quase tocarem o piso de madeira do recinto. Sem dúvida, ele tinha não só a aparência, mas a aura majestosa de um anjo.
A palavra e comparação fizeram Abel despertar um pouco do fascínio que o tomava e fez menção de se ajoelhar perante a entidade que caminhava em sua direção, mas o ser o interrompeu ao dizer "Por favor, não faças isso". A voz... Que voz inacreditavelmente linda era aquela, se indagou Abel ao tornar a fitar o ilustre visitante.
- Sou Evolus. - respondeu o anjo com uma voz deveras prazerosa de se ouvir, chegando cada vez mais perto do agora trêmulo humano diante dele. - E enfim te encontrei... - havia um timbre claramente enternecido naquela frase e olhar que fez o religioso corar de imediato.
- Eu... Eu me chamo Abel. - exclamou o padre com a voz afetada, sentindo algo mais que fé percorrendo seu corpo ao olhar para aquela beldade sobrenatural, sem compreender que sentimento era aquele que o tomava. - Em que este humilde servo pode lhe ser útil, santíssimo? - conseguiu dizer por fim, em uma tentativa de demonstrar controle de si mesmo.
O anjo continuou a se aproximar e, a cada passo, o coração do devoto parecia acelerar mais. Não era medo, era uma estranha ansiedade misturada com outra coisa que se recusava a denominar. O tempo pareceu parar quando ficaram cerca de dez centímetros de distância um do outro e Abel sentiu o aroma inibreante e a temperatura amena da pele albina do ser alado.
- Tu podes começar assim... - sussurrou Evolus enquanto puxava gentilmente o queixo de Abel com a lateral de seu dedo indicador para que pudesse tocar-lhe os lábios.
Abel deveria reagir de modo contrário, escandaloso, já que aquilo em tese era errado em todos os aspectos possíveis e imagináveis segundo suas crenças e época. Todavia, o arrepio que percorreu seu corpo e coração com aquele beijo foi tão gratificante que ele se limitou a cerrar parcialmente os olhos enquanto o ato prosseguia de maneira delicada e constante. Evolus puxou o humano para junto de si enquanto fechava suas asas em torno de ambos e intensificava o beijo, que finalmente foi retribuído com um misto de entrega e urgência da parte de Abel, que não tardou em abraçar o inesperado affair.
- Isso, Abel... - murmurou gentilmente o anjo enquanto fazia toda a vestimenta do padre virar cinzas com um pensamento para poder sentir por inteiro o corpo do homem a quem beijava cada vez mais. - Sêde meu... Meu. - Ele repetiu baixinho, como se lhe pedisse tal loucura em segredo, fechando os olhos devagar a cada novo ósculo carinhoso e faminto.
O jovem devoto não podia acreditar nem explicar o que estava fazendo ou sentindo, entretanto sabia instintivamente o que queria, o quanto queria! Apesar do aspecto pétreo de Evolus, sua pele era macia e aquecida, dona de um cheiro que por si só o enlouquecia. E os beijos... Cada um deles era algo indescritivelmente sublime e delicioso, repleto de inusitada reciprocidade. Não havia mais lugar para quaisquer questionamentos na medida em que seu fôlego era tomado de novo e de novo enquanto sua língua e a de Evolus se tocavam mais e mais. As mãos do sacerdote lentamente desceram até as torneadas nádegas do visitante celeste e ali permaneceram entre carícias e apertos. Podia sentir seu membro já duro roçando no falo igualmente ereto do anjo e aquilo por algum motivo depravado lhe fez sorrir ainda mais.
Quando deu por si, o anjo estava pressionando seu corpo contra uma das paredes, deixando as asas felpudas protegendo-lhe as costas enquanto lambia vagarosamente seu pescoço ao acariciar seu peitoral, como se quissesse sentir o quanto sua pulsação enlouquecia a cada avanço dele. Abel, por sua vez, alternava entre leves mordidas labiais e beijos no trapézio na medida em que suas mão tornaram a subir para poder abraçar ainda mais o ser alado que o seduzira. A respiração de Abel seguia bem ofegante enquanto o anjo emitia sutis gemidos com um timbre sobrenaturalmente lindo e instigante..
- Agora sim seria uma boa hora para me ajoelhar... - provocou Abel ao deslizar uma das mãos e apanhar o membro entusmecido de Evolus, movendo então a mão para cima e para baixo, gerando nele um arrepio de tesão com o gesto.
O anjo nada respondeu, apenas se afastou um pouco para permitir uma melhor movimentação de seu parceiro, que entendeu o recado e foi dobrando as pernas, mas não sem fazer disso uma cuidadosa e lasciva exploração da parte frontal daquele corpo perfeito com beijos, lambidas e até leves mordidas enquanto masturbava Evolus com irrestria volúpia.
Era estranho: Abel jamais sequer sonhara em fazer algo assim antes, mas agora estava ali, encarando aquele pênis endurecido enquanto massageava o saco escrotal liso do anjo, sentindo um contentamento inédito que aquecia seu âmago. Não tardou em pincelar a glande alva com sua língua úmida e desejosa, sentindo seu próprio pau ficar ainda mais ereto ao experimentar o líquido seminal dourado de Evolus. Logo já estava abocanhando e chupando o falo angelical de modo intenso, quase selvagem. Entre gemidos e algumas palavras sussurradas que lembravam latim, o amante celestial abriu um pouco as pernas, permitindo que Abel pudesse desfrutar de toda a área genital, incluindo seu ânus e se permitindo tal dádiva.
Abel perdeu a noção de quanto tempo permaneceu ali, usando e abusando da língua e mãos para extrair cada vez mais prazer de Evolus, que agora estava com um dos pés apoiado na parede para melhor sentir o beijo grego do padre enquanto acariciava-lhe a cabeleira escura. As mãos de Abel seguiam com a masturbação e as carícias, fazendo o anjo se retorcer e se arrepiar em sincero e devasso deleite. Era tão bom estar com ele ali assim!
- Deitai... Por favor, deitai, meu Abel... - exclamou por fim o anjo com um tom que mais parecia uma súplica, sendo obedecido a contragosto pelo padre, qua maliciosamente passou a língua naquele cuzinho uma última vez antes de Abel estirar o corpo nu e suado sobre o piso amadeirado.
Evolus então ficou de costas para o sacerdote e foi lentamente se abaixando de modo a ele próprio ficar com o seu lindo rosto diante do membro em riste do religioso enquanto deixava as asas retraídas como um manto improvisado sobre ambos; Abel por sua vez não tardou em novamente engolir boa parte do pau de seu affair enquanto introduzia um dedo em seu ânus, fazendo o anjo arquear o corpo por um segundo devido o prazer que tal ato lhe gerou. Recomposto, Evolus começou a manusear o pênis entusmecido de seu parceiro simulando o movimento de cópula, acariciando-lhe o saco no processo enquanto gemia baixinho com a felação recebida.
Quando a língua do anjo tocou-lhe a ponta do falo, Abel sentiu um tesão tão grande que pensou que iria gozar. Todavia, Evolus fez alguma coisa com a ponta dos dedos em torno da sua virilha e disse "não tão rápido, jovem varão" antes de começar a beijar carinhosamente, lamber e por fim chupar seu pau. A sensação de ter o membro inserido boca (e garganta!) adentro desde a ponta até sua base enquanto aquela língua literalmente se enrodilhava nele era assustadoramente prazerosa.
Após bons minutos de um intenso sexo oral mútuo, Abel já estava movendo o quadril para cima e para baixo e Evolus não cedia, pelo contrário: fazia o mesmo com a cabeça, engolindo completa e repetidamente o pau do sacerdote, que tentava a todo custo continuar chupando aquele membro alvo e pulsante enquanto gemia e tremia. O afortunado homem não tardou para começar a gozar e quando o fez, o anjo tratou de manter todo o pau dentro da boca, o mais fundo da garganta que era possível, sentindo os fortes jatos de sêmen aquecido adentrando seu ser celestial.
Abel foi obrigado a parar a felação, pois foi tomado por um êxtase corporal e espiritual tão imenso que seus sentidos foram momentanemente perdidos. Enquanto a escuridão o tomava, ainda pode ouvir Evolus dizer em um tom graciosamente depravado:
- Eu também quero, meu Abel... E tu vais me conceder isso ainda hoje...
Continua?