No Princípio (Em Andamento)
Yvi
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 06/10/21 19:15
Editado: 16/10/22 18:25
Qtd. de Capítulos: 10
Cap. Postado: 13/10/21 23:37
Cap. Editado: 13/10/21 23:39
Avaliação: 9.87
Tempo de Leitura: 5min a 6min
Apreciadores: 3
Comentários: 3
Total de Visualizações: 152
Usuários que Visualizaram: 6
Palavras: 826
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Não recomendado para menores de dezesseis anos
No Princípio

Esta obra participou do Evento Academia de Ouro 2021, ganhando na categoria Romance ou Novela.
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Notas de Cabeçalho

Qualquer coisa, a culpa é do meu note que queimou a tela.

Mãos do destino Ao resgate!

O farfalhar das folhas das árvores alertava que uma possível tempestade de inverno estava por vir. Não era uma noite tão fria quanto a que estavam acostumados a enfrentar naquela época do ano, por isso Diablair e Ternura não usavam agasalhos pesados.

A jovem corria desesperada, como se pressentisse que algo terrível estava para acontecer. Seus cabelos encaracolados quase não conseguiam acompanhar sua maratona descompassada, assim como Diablair, que questionava o motivo de tamanha comoção e a seguia apenas por pura curiosidade.

Ternura só parou de correr quando chegou à beira de um lago totalmente congelado. O inverno ainda não havia se anunciado propriamente, por isso o fato inusitado fez Diablair arquear uma sobrancelha e se pronunciar pela primeira vez desde que começaram a incursão.

— A primeira neve ainda nem caiu e o lago já está congelado? O que está acontecendo aqui?

— Shhhhhh! Eu estou vendo alguma coisa ali.

O céu nublado escondia parcialmente o brilho da lua cheia, mas ainda era possível enxergar as margens do lago. Ternura puxou Diablair para próximo de uma árvore de cedro, afim de se esconder de quem quer que estivesse chegando do outro lado da margem.

A dupla conseguiu ver perfeitamente quando duas criaturas se aproximaram do lago. Pelo porte esguio e as asas cintilantes, chegaram à conclusão de que eram fadas da lua. Ternura estava naquele mundo por tempo suficiente para saber que fadas da lua só iam ao território humano quando alguma coisa realmente catastrófica acontecia.

Mesmo de longe, conseguiram perceber que uma das fadas segurava um pacote consideravelmente grande, enquanto a outra empunhava uma lança trovão. A fada de cabelos dourados, que segurava o pacote, tomou a dianteira e chegou o mais perto possível do gelo espeço, enquanto a outra, de cabelos flamejantes, assumia uma postura defensiva.

— Então é isso, Amara? Nós apenas deixamos a criatura adormecida aqui?

— Sim, Amélia. A criança deve ser deixada a própria sorte. Uma criatura tão abominável não deveria sequer existir.

— Não entendo, irmã. Olhe para ela, tão pequena e frágil. Até parece humana. O que esse pacotinho de carne poderia fazer? Que tipo de criatura poderia se tornar?

— Não existe nome para a raça da criatura, ela apenas seria um ser entre este mundo e todos os outros. Poderia até mesmo nos governar. Sua tirania ultrapassaria a de qualquer criatura do inferno.

É realmente uma pena, eu até gostei dela.

Após uma breve olhada no pacote, as fadas seguiram pelo mesmo caminho que haviam trilhado anteriormente, deixando a criança adormecida na beira do lago, entregue à própria sorte.

Diablair e Ternura, ao constatarem que as fadas estavam longe o suficiente, aproximaram-se cuidadosamente do embrulho arroxeado, afim de entender melhor a situação. Sabrina foi a primeira a chegar na criança, que dormia serenamente. Ela removeu minimamente o cobertor roxo repleto de facas bordadas a mão, revelando uma menina de pele clara, que emanava um fraco brilho negro, com cabelos ondulados e que aparentava ter no máximo três anos.

— Mas o que acabou de acontecer? — Diablair relutava em se aproximar da criança.

— É ela. Com toda certeza, é ela!

— Ela quem? Do que você está falando, Sabrina?

— É a Imperatriz. É a Flávia. Eu sei que é ela!

Diablair estava confuso. Ternura não parava de repetir que aquela criança era a Imperatriz do Massacre. O único problema, é que não existia um ser, na terra, no inferno ou no ilusório céu, que ele não conhecesse.

— Respira e me explica essa história direito!

— Eu não sei. Eu só sei que você precisa cuidar da criança. Tem que ser você, Diablair.

Ternura então pegou a suposta Imperatriz nos braços e começou a caminhar na direção de Diablair, que se afastava lentamente, até suas costas baterem em uma árvore e ele ficar sem ter como escapar.

— Você precisa confiar em mim. Eu senti uma forte ligação com a criança. Algo me diz que ela fará grandes coisas no futuro. Não sei te explicar, mas você precisa cuidar da Flávia.

Ternura estendeu os braços, entregando a menina para o Líder Infernal. Uma confusão mental tomou conta de Diablair. Ele não sabia o que fazer, apenas segurou a menina sem muito jeito, acreditando que não poderia simplesmente cruzar os braços e deixar a criança despencar no chão. Olhou para a criatura, que ainda dormia, e percebeu que o brilho negro estava cada vez mais fraco.

— Aquelas malditas envenenaram a criança, mas acho que ela vai ficar bem. — Ao levantar os olhos, Diablair sentiu que o pouco ar que restava em seus pulmões foi totalmente drenado. — Ternura? TERNURA! APAREÇA, MALDITA!

Ternura havia sumido, como em um passe de mágica. Agora, restavam apenas Diablair e a suposta Imperatriz nas dependências do lago de gelo. O líder das Hordas Infernais amaldiçoou o momento em que decidiu estender os braços para a pequena, mas decidiu não ser indiferente a criança e levá-la para sua mansão, na dimensão infernal, acreditando que encontraria Ternura e se livraria daquele pacote de carne possivelmente problemático.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Para quem quiser entender mais sobre a Ternura, leia Caçada - Sabrina Ternura(Tortura e Tristeza também)

Apreciadores (3)
Comentários (3)
Postado 14/10/21 22:32

E fica cada vez melhor... Como disse em meu comentário do capítulo anterior, as minhas expectativas para com essa narrativa são imensas, mas essa leitura me deixou absolutamente em chamas.

O abandono da pequenina Imperatriz envenenada é de cortar o coração. FADAS DA LUA, VOCÊS NÃO VÃO SER PERDOADAS, MALDITAS!!!!! Felizmente, Ternura e Diablair a encontraram a tempo. Estou muito ansiosa para ver a conversão do Diablair em tio Diab. Sei de muitas coisas que acontecerão nessa narrativa, mas estou muito curiosa para saber acerca dessa Imperatriz misteriosa e cheia de traumas e deste homem que sequer sabe como cuidar de outra pessoa e como ambos construirão um relacionamento. A Imperatriz foi o primeiro mofinho no coração do Diablair e isso me deixa feliz. No fundo, ele é um personagem querido demais para ser fadado a solidão, não é? Portanto, a Imperatriz não é só uma das minhas personagens favoritas por ser incrível, poderosa e ter uma das melhores personalidades deste universo, mas também porque ela foi o começo da nossa família Infernal.

Já vou correndo ler o próximo capítulo! Obrigada por compartilhar conosco essa belezura!

Parabéns, Flavinha ♥

Postado 15/10/21 13:49

Cada personagem tem seus dias de luta, mas vamos combinar que a senhora as vezes gosta de massacrar os coitados.

A Imperatriz é toda bugada, daí juntou com o Diab, que é mais bugado que ela. Realmente um modelo maravilhoso e anormal de uma família normal.

Fico feliz que esteja gostando.

Postado 16/10/21 18:00

"Eu não sei. Eu só sei que você precisa cuidar da criança. Tem que ser você, Diablair." - é, essa era uma frase que ele realmente não estava esperando escutar ali hahaha. Imagina o desespero de ouvir que iria ter que cuidar da criança '-'

"Se livraria daquele pacote de carne possivelmente problemático" - meo deos, é aqui que todos nós erguemos nossas mãos em direção aos céus e agradecemos por essa intenção não ter se concretizado u.u

E assim a Imperatriz ter transformado o coraçãozinho do tio Diab <3

Vou adorar ver essa relação se aprofundando nos próximos capítulos!!

Postado 16/10/21 23:35

O pânico tomou conta do tio Diab.

Obrigada! :)

Postado 21/09/22 23:59

E foi aqui, exatamente aqui, que as engrenagens do Destino começaram a se mover do modo mais sutil e malevolente possível...

De fato, o modo como a infante Imperatriz foi tratada pelo povo feérico é de uma crueldade ímpar, mas o que a Ternura faz com o Diablair em seguida por pouco não se igualou.

Bem pouco.

Deixar a pequenina Flávia aos cuidados do Líder Infernal foi uma combinação deveras infeliz com altíssima tendência ao mais absoluto desastre. Mas, como desgraça pouca é bobagem, ainda iria rolar muita água (ou melhor dizendo, sangue e lágrimas) debaixo da ponte nessa história, não é mesmo? Mas este início foi memorável, com certeza!

Atenciosamente,

Um ser que não sabe/soube cuidar sequer de si mesmo, Diablair.

Postado 01/10/22 21:15

Nada esta tão ruim que não possa piorar. É bem desse jeito aí. Só a queda!

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