Odeio dias cinzentos. Odeio; e ainda assim algo de mim sente falta dos teus tons de cinza manchando minhas roupas, meus dedos e minha vida. Uma poça de mágoas que eu tinha me afundado até o pescoço.
Não faz sentido, nunca fez. A gente só era bom em preencher o vazio do outro temporariamente, enquanto se afogava mais em si mesmo. Não era amor; você era simplesmente o abismo que eu tinha escolhido encarar. E eu que acabei tudo.
Ainda assim, nos meus sonhos, sou eu que estendo as mãos e corro, esperando te alcançar.
(E você que vai embora.)