A Criatura
Robson Pinheiro Cruz
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 03/08/25 19:48
Editado: 03/08/25 19:48
Avaliação: Não avaliado
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Notas de Cabeçalho

Título: A Criatura

Autor: Robson Pinheiro Cruz

data:03/08/2025

Capítulo Único A Criatura

Muito se falava sobre a floresta e as grutas em Chattanooga, Tennessee, incluindo suas trilhas em florestas densas e a exploração de cavernas espetaculares, como a Caverna Ruby Falls. Não se sabe ao certo, mas havia relatos de sumiços de pessoas e burburinhos sobre criaturas no subterrâneo. Mas, provavelmente, eram apenas boatos; as pessoas costumam exagerar.

David, 19 anos, ruivo de olhos azuis, corpo esculpido com a lida de lenhador, barba por fazer, mãos grossas e rosto anguloso, media 1,85 m. E, como dizia Tayler, o ativo perfeito, com seus vinte e dois centímetros. Tayler, 18 anos, o asiático de 1,70 m, corpo turbinado de academia, bumbum esculpido por academia e silicone, cavanhaque fininho e lábios carnudos, era o peguete de David. Eles se conheceram na formatura da irmã do garanhão ruivo.

—Ah, estou gozando, amor! Arrrrm, uhhh, abre mais essa bunda, paixão! — pedia David em êxtase. Tayler estava aceso. De repente, ouviram grunhidos; inicialmente, pensaram ser lobos ou um urso.

Surgiram da escuridão: criaturas humanoides de pele escura e úmida, marcada por tonalidades densas e opacas que se confundem com a rocha molhada. Seus corpos carregavam deformidades grotescas, vestígios de batalhas travadas entre si, com membros torcidos, cicatrizes abertas e ossos que pareciam ter sido moldados pela dor. Cada movimento denunciava uma existência feita de instinto, brutalidade e sobrevivência. Corpos esguios e musculosos, adaptados para escalada e movimentação ágil em espaços estreitos.

A criatura investe, um grunhido gutural rasgando o silêncio, e antes que David possa reagir, Tayler é engolido pelas sombras com violência brutal. O grito abafado reverbera na caverna, um lamento quebrado. Uma lanterna escapa das mãos de David, tombando e tremeluzindo. Ele está sozinho. O abismo o observa.

Em choque, David irrompeu da caverna. A luz matinal que filtrava pela folhagem parecia remota, como se o mundo real estivesse a horas de distância.

Aos poucos, os filhos da floresta o alcançaram, o farfalhar das folhas sob seus pés, o grito agudo de um pássaro, e a pulsação frenética do próprio coração denunciavam sua presença. Sem hesitar, os caçadores o encontraram caído entre raízes e sombras, e o levaram ao hospital da cidade. Lá, foi internado com sinais de trauma e cortes profundos. Enquanto recebia atendimento, um dos homens alertou as autoridades, mencionando apenas “algo estranho” na caverna. E a caverna permaneceu. Silenciosa. Ávida.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Ruby Falls – Caverna turística real localizada em Chattanooga, Tennessee, famosa por sua cachoeira subterrânea. A escolha do local adiciona verossimilhança ao conto.

"As pessoas costumam exagerar" – Frase que antecipa o conflito entre ceticismo e horror, criando tensão narrativa.

Descrição de David – O corpo "esculpido com a lida de lenhador" remete ao arquétipo do herói físico, viril e vulnerável.

Tayler como contraste – A estética de Tayler, marcada por modificações corporais e sensualidade, contrapõe-se à rusticidade de David, criando uma dinâmica erótica e afetiva.

Criaturas humanoides – A descrição evoca elementos de horror cósmico e biológico, com influência de autores como H.P. Lovecraft e Clive Barker.

"O abismo o observa" – Personificação do espaço como entidade viva, reforçando o tema do desconhecido que devora.

Luz matinal como símbolo – Representa o retorno ao mundo real, mas também a distância emocional entre o trauma e a normalidade.

"Filhos da floresta" – Expressão poética que transforma os socorristas em parte do ambiente, como se a própria natureza estivesse cuidando de David.

Final ambíguo – A caverna permanece "silenciosa" e "ávida", sugerindo que o horror não foi encerrado, apenas adormecido.

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