Sob o entardecer
Aprecio a paisagem mudar.
Dolorosas lembranças emergem do esquecimento,
Como se fosse água a trazer arrependimentos,
Que a cada dia almejo não lembrar.
Em um mar de lembranças
Que minha mente persiste em projetar,
Afogo-me nas águas,
Das excruciais mágoas,
Onde desejo para a sanidade voltar.
Rezo todas as noites para que
O ar consiga levar para longe esse pesadelo
Que assombra minha mente,
Com memórias, somente,
Que de relembrar eu tenho medo.
Memórias em forma de pesadelos,
Como deles eu posso me livrar?
O que fazer para esquecer
Todas as lembranças que me fazem sofrer
Levando para longe todo esse sentimento pelo ar?
Eu apenas queria com o fogo queimar
Toda essa angústia excrucial,
Toda essa nostalgia imortal,
Para poder, com a minha vida, continuar.
Histórias sendo apagadas
Dentro da minha mente.
Memórias sendo queimadas
Pelo fogo do esquecimento,
Onde dolorosos arrependimentos
Vagam sem rumo eternamente.
Eu apenas queria poder
Como a terra ser.
Viver silenciada,
Sem ter que me preocupar com o nada,
E poder os vivos acolher.
Ser como a terra..
Quem dera eu ser.
Eu poderia confortar os vivos, sendo útil,
Não como essa humana inútil,
Que não sabe o significado de viver.
O que sou?
Uma caixa de lembranças com medo?
Uma fonte de água guardando dolorosos segredos?
O ar que carrega memórias em forma de pesadelos?
O fogo que queima a angústia e o apelo?
A terra que conforta os vivos do gelo?
Ou a mistura de todos esses elementos?