Os longos dedos da maga

me apresentaram você,

com mais invernos vividos do que eu...

Será que vamos fazer um verão acontecer?

E então, eu apelei para todos os deuses

e crendices

para te deixarem me resgatar da cidade de loucuras.

E você veio como mil sóis,

quebrando a grossa camada de gelo

e fervendo meu coração com seus beijos de ternura.

E vi aos poucos meus dias se transformarem em pinturas

e danças e andanças.

até lugares lindos

que só são esplendorosos por observarem

nosso amor florescer!

Eu nunca desistiria daquele

que me ensinou a olhar para as estrelas,

e a enxergar muito além da solidão galáctica.

Eu sempre seguiria aquele

que amou primeiro a minha alma,

para depois aprender a amar o meu corpo.

Se conseguiríamos pagar o conforto que merecemos,

se duas pessoas tão diferentes conseguiriam viver convergindo,

e como somos muito mais parecidos

do que imaginávamos...!

Qual seria a probabilidade

de ser amada de verdade

pela primeira vez?

Sem jogos truculentos de xadrez

que só fazem magoar, calar e sangrar?

Qual seria a probabilidade

de eu permitir que alguém consiga me curar?

Por quanto tempo você vai me aguentar?

Então sua serenidade me ensinou

a não fazer perguntas das quais uma resposta verdadeira não satisfaz.

Sua espontaneidade me mostrou que eu posso ser quem sou sem medo.

A Lua me sussurrou, uma noite dessas,

que um amor expansivamente único,

vale mais que noites remoendo o passado.

E então eu escolhi você,

e agora te espero na porta com um sorriso largo,

agora sua voz me cerca por todos os lados,

e seu cheiro se apossou da minha alma!

Acho que agora, finalmente consegui enterrar o trauma

e consigo escrever sobre

o quanto sou grata

por poder te chamar de casa,

de família,

de parceiro de vida,

e de todas as coisas lindas

que envolvem ser nós dois.