Saudades do teatro.

Do faz de conta.

Que ninguém leva em conta.

Da arte que não paga conta.

E não dá explicação.

Arte que não enche barriga.

Mas transborda o coração.

Arte que sabe ser bela.

Mesmo quando é mentira.

Mas quem é totalmente sincero, Todos os dias na vida?

Personagem.

Persona que age.

Que tem duas metades.

Tem um milhão de faces e não sabe quem é.

Arte que imita, que crítica e que palpita, mesmo sem saber do que vai falar.

Só quer falar, pelo simples ato de poder dizer.

Acabam ficando sem saber.

Acabam oprimindo o poder.

Poesia que me afoga

Poesia que me afaga.

Poesia que me droga.

Poesia que me traga.

Me traga um tambor

Me traga um violão.

Me traga um batuque, se puder uma canção,

Me dê um café, ou um gole de cerveja.

Coloca dentro da garrafa a paixão e o Amor

Prepare qualquer drink barato, para esse quase escritor

Que sonha com liberdade, e grita no papel sem pudor.

Seja carinho ou seja dor.

Arte que me embriaga.

Arte Que me endoidece.

Arte que me entorpece..

Proibido, não pode, é pecado.

Droga de poetas,sujos e imorais.

Com suas ideologias teatrais.

Levantando bandeiras e pintando corpos.

Corpos,mortos.

Corpos pelados.

Corpos calados.

Corpos abusados.

Corpos molhados.

Teatro é corpo,Poesia é voz.

E Arte é Espírito.

E eu sou um amontoado de palavras invertidas em versos mal acabados.

Que se Deus quiser não serão enterrados, no dia que eu morrer.

O único bem que vai permanecer.

23:19 06/07/

Pablo Malamin Cruz