Gargoyle - A mulher petrificada
6 de Janeiro
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 18/10/23 13:14
Editado: 30/10/23 12:26
Avaliação: 9.6
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
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Palavras: 419
[Texto Divulgado] "Cinzas no Deserto" Uma história baseada em algumas histórias baseadas em histórias que tanto amamos, de coração. Bora ler.
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Capítulo Único Gargoyle - A mulher petrificada

Eles têm um coração puro

O suficiente

Para conseguir me ver criar vida?

Escutam os sinos, admiram os vitrais

E cada entalhamento nas paredes douradas

E brancas

De dentro do templo

Mas, o louvor chega murcho aos ouvidos celestiais.

Entram em pares, em trios, em conjuntos

Tons pálidos, terrosos e escuros

As cores e glória, estão nas jóias

Daqueles que se arrastam pelo público

Pelo púlpito

Com seus olhos bem fechados,

Para não enxergar a dor, a fome, a própria vaidade.

A cor e as luzes, se deitam sobre

Os que se assentam em lugares especiais

E fingem ler e ouvir enquanto sibilam

Junto aos demais,

Enquanto não têm nada de valioso a oferecer

Para nenhum destes mortais.

Há sangue nos sapatos caros...

Há odor de morte nas pedrarias de 1 milhão.

O artista que esculpiu a Madre,

Foi exilado,

O que ele tinha de mais valioso, lhe foi tirado

E consagrado, e para sempre trancado

Entre o clero e os portões.

Mas... Observo tudo isso aqui de cima,

De dentro deste corpo que fizeram só para mim,

Com olhos pálidos e furiosos,

Os que de relance me flagram, uma única vez,

Jamais poderão escapar do meu cravar encapelado...

Com estas garras fundidas às pilastras,

Com asas grandes, sólidas e curvadas.

Eu os observo repetir, repetir e repetir

Sem saberem ao certo, no que de fato estão acreditando...

Mas vou fazê-los acreditar em mim.

Pois há muito, sou amaldiçoada

Pequena grande Gargoyle

A mulher petrificada

Sussurro com as outras Gárgulas

Cada uma com sua beleza sombria e singular

Todas elas também estão fartas de apenas

Estagnar, sobrancear e fantasiar

O desmoronar de toda a hipocrisia

De toda face lavada e lisa

De toda língua envenenada de fala macia

De cada grão de pureza que impregnou

E deixou fétido

Este lugar.

Na missa,

Da Meia-Noite,

As Gárgulas irão entoar

Clamor amargurado

Com intensão de imolar

Cada criminoso de batina que não teve

A decência de confessar.

Durante tantos invernos e infernos,

Quebrei minhas garras com pedradas

Depenei minhas asas poderosas

Lixei meus caninos

Tudo para ser admirada

E amada

Mas que glória há

Em uma existência fadada

A espectar?

É o momento de fazer jorrar

A dor do rugido

Em palavras não ditas

Cravar as unhas no mármore e rachar cada pilastra

Quebrar cada vitral etéreo

Com o bater encolerizado de minhas asas

Abocanhar cada coração pútrido

Que se esconde em pânico

Embaixo das bancadas

Ceiar e gargalhar

Enquanto vinho e sangue

Pingam de nossos lábios.

Agora, todos me olham.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Você apoia a revolução das Gárgulas?

Apreciadores (5)
Comentários (3)
Postado 24/10/23 08:54

Intensidade e rebeldia em forma lírica!!! Correntes da conformidade se partindo, Gárgulas a revelar seu verdadeiro eu, rompimento com o convencional. Uma obra que é um verdadeiro sopro de ar fresco!

Magníficoooooo!!!!!

Petrificado,

Sjow

Postado 26/10/23 13:12

Não sei se minha imaginação foi longe demais, mas eu acho que essas gárgulas são vivas (ou já foram vivas), pq são mulheres de verdade que foram petrificadas.

Se eu estiver errada, desculpa. Se eu estiver certa, vou ficar chocada kkkk

Espero que a revolução delas aconteça!!

Abracinhos <3

Postado 28/10/23 17:01

Mas tem que matar tudo esses religioso mesmo ksksks

Vc é super criativa, adorei. Todo meu apoio pra revolução :)

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