Paraíso
Vitória Turbiani
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 20/04/16 21:54
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 7
Comentários: 3
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Palavras: 276
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de doze anos
Capítulo Único Paraíso

Os dedos, ágeis e alongados, deslizavam pelas teclas do majestoso piano de cauda médio tão branco quanto a neve. Seus olhos estavam fechados e a cabeça movimentava-se suavemente para os lados, para frente e para trás, fazendo com que o cabelo caramelo balançasse conforme seus gestos.

Uma gota de suor escorreu por sua face. Pingou em uma tecla. Escorreu. E, por fim, caiu no piso cinza claro.

Os olhos esverdeados arregalaram-se e um aperto no peito fez com que cambaleasse para trás, caindo do banquinho negro, causando uma queda dolorida. Trincando os dentes, ele levantou-se e olhou para baixo. Ele havia quebrado o instrumento dela. O glorioso violão negro com detalhes dourados.

Lágrimas. Tudo o que ele era naquele exato momento eram lágrimas. Seus joelhos cederam e ele novamente caiu; dessa vez, no tapete peludo que ela tanto adorava. Suas mãos foram de encontro com o rosto, escondendo-o enquanto soluçava e chorava.

A saudade que sentia, assim como a dor, a angustia, estavam o matando. Literalmente. A cada dia ele sentia-se preparado para entregar-se ao seu desespero e saudades. c Abraçá-la tão forte quanto um urso o faria.

Ele precisava, necessitava, disso. E isso era a única coisa que sabia.

Então, simplesmente entregou-se de braços abertos à doce entidade que levara sua amada.

Seu sorriso estava radiante. Seus olhos, vidrados nos dela. O vento suave bagunçava o cabelo de ambos enquanto um beijo selava os lábios do doce casal. O pianista e a violonista estavam, finalmente, em paz e juntos novamente. No pequeno pedaço do paraíso deles, numa sala-estúdio de tonalidades claras com uma vista espetacular de um jardim perfeito, a felicidade de ambos seria infinita.

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Apreciadores (7)
Comentários (3)
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Postado 21/04/16 01:50

Esse é um daqueles textos que nos faz terminar com um sorriso no rosto, que se faz presente sem que percebemos. Vih, sua linda, pelo bem de todos nós, leitores, você deveria escrever mais!

Sinceramente, quando comecei a ler esse texto eu não esperava esse desfecho. No primeiro parágrafo eu comecei a imaginar uma história recheada de lamúrias causadas pela solidão - voluntária ou não - que o autor se afogou. Mas é totalmente o contrário. É como um último epitáfio antes de se aventurar em outro mundo.

O nosso protagonista extravassa claramente a raiva em seu piano, tocando músicas que, talvez, a lembrasse. Seria as músicas deles? Ou as que ela mais gostava? Ou simplesmente aleatórias? Não se sabe, tudo que nos resta é imaginar e divagar sobre essas perguntas, mas como uma única certeza: a música era a única ligação que se fazia presente entre eles naquele momento.

Tal qual foi a nossa alegria em vê-los novamente juntos. Oras, é nítido esse amor entre ambos, e nada mais justo do que realmente dá-los uma eternidade na felicidade - ou uma felicidade na eternidade. E isso nos deixa esperançosos com um final feliz. Com uma ideia boa nesse amanhã de incertezas que é a nossa vida.

Parabéns sz

Postado 20/04/16 22:00

Eu tava tipo, poxa

Aí olhei mais pra baixo e vi o complemento discplicente de uma orquestra de duas pessoas. Ótimo, Vi. ^^

Postado 27/08/17 14:54

MEU DEUS DO CÉU, EU ESTOU APAIXONADA POR ESSE TEXTO!!!!

Sabe porque? Primeiramente porque foi lindo, intenso, horrívelmente angustiante, absurdamente melancólico...

E eu amei cada linha!!!

Esse texto me fez lembrar muito de uma anime que assisti, chamado Shigatsu wa Kimi no Uso (em português Sua Mentira em Abril)... a história desse anime foi extremamente triste, e extremamente linda...!!! <3

Chorei demais com os últimos episódios hahahaha

E queria muito que tivesse tido um final tal qual o do seu texto, Srta. Vitória!!!

Parabéns por ter escrito esse conto!!! <3

Um grande abraço, Meiling!!! *---*

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