CENA ÚNICA: INTERIOR DA CARRUAGEM MAJESTOSA
VOZ SONOLENTA DESCREVENDO A CENA: Uma belíssima carruagem atravessava uma estrada. Estava levando duas jovens nobres para uma Academia na qual elas iriam estudar. A Majestade Mês e a Soberana Meiling, amigas de infância, que cresceram juntas e ao longo do tempo se tornaram melhores amigas.
MÊS: É que hoje eu estou muito nostálgica, sabe, e quero relembrar todos os bons momentos que tivemos juntas.
MEILING: Você sabe como eu sou sensível, vou acabar borrando minha maquiagem...
MÊS: Eu retoco para você antes de chegarmos a Academia!
MEILING: Então tudo bem... Você lembra de quando a gente tinha 7 anos, nós entramos no quarto da minha mãe e tiramos todas as roupas dela do lugar?
Senhorita Mês ri e comenta:
MÊS: Você tinha 7, eu só tinha 6 e era muito inocente! Mas sim, sujamos todos os vestidos chiquérrimos dela!
MEILING: Nós ficamos três meses sem poder comer chocolate de castigo... AAAAAA e lembrei aqui, você não era mais inocente daquela vez que escondeu todos os absorventes da sua mãe, e ela quase morreu de desespero.
Gargalhou a Soberana.
MÊS: Ah, mas depois eu devolvi...
MEILING: Devolveu só para não ficar de castigo, já que sua mãe disse que te deixaria dois meses sem sua mochila!
MÊS: Eu não suportaria ficar sem a minha mochila... Mas peraí, você está fazendo parecer que só eu aprontava e depois amarelava...
MEILING: Ah, pois então me conte sobre minha amarelação, para refrescar minha memória.
MÊS: É porque teve aquela vez que você encontrou as camisinhas do seu pai... e você furou elas na esperança de ter um irmãozinho!
MEILING: Não vou negar que fiz isso...
MÊS: Mas a questão é que depois você ficou com medo de ser descoberta, e que a punição fosse você ficar sem sua coleção de ossos. Por isso você contou toda a verdade, chorando e implorando perdão!
MEILING: Eu não suportaria viver sem minha coleção de ossos...
Responde a Soberana quase começando a chorar.
MÊS: Sensível mesmo heim!
Ri a Majestade.
MEILING: Olha quem fala!
Ambas riem muito.
VOZ SONOLENTA DESCREVENDO A CENA: Os cavalos que estão conduzindo a carruagem começam a relinchar alto. A Soberana olha pela janela e vê um céu revolto, cheio de relâmpagos. Era como se o mundo escurecesse a cada segundo, com o relinchar cada vez mais alto e agudo. As rodas da carruagem desmontam, e tudo está se partindo. Nesse momento a senhorita Mês começa a brilhar e a flutuar.
MÊS: Obrigada, minha amiga querida, por esse momento tão nostálgico. Eu vim até aqui para me despedir...
MEILING: Como assim? Estamos indo para a Academia!
MÊS: Obrigada por ter sido minha melhor amiga... Eu te amo.
MEILING: Eu também te amo, mas não estou entendo...
Antes que a Soberana pudesse terminar a frase, a tela fica preta e tudo some.
Na tela agora senhorita Meiling está acordando sobresaltada, suando frio, em seu quarto na Academia. Ela olha confusa para os lados, e vê a cama de Mês vazia.
MEILING: Não... Isso foi um sonho? Mês... Minha amiga... Quanta saudades eu sinto de você... Obrigada por ter vindo se despedir de mim... Mas porque teve que morrer tão jovem? Porque tiveram que assassinar justo você...? Eu não suporto a dor da sua morte... Eu vou te amar enquanto eu viver... Vou te amar para sempre... Minha melhor amiga...
A moça profere essa declaração enquanto abraça fortemente suas cobertas e chora soluçando convulsivamente de saudades.
FIM